quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Israel celebra Sucot com menos turistas em função da crise na Síria

Vista de decenas de "sucot", cabanas de madeira ou pano que dão nome a festa do Sucot, que tem início nesta quarta-feira. EFE/Arquivo
Vista de dezenas de "sucot", cabanas de madeira ou pano que dão nome a festa do Sucot, que tem início nesta quarta-feira. EFE/Arquivo
Israel celebra a partir desta quarta-feira a festa do Sucot ou dos Tabernáculos, período de férias de uma semana no qual o setor turístico costuma lucrar muito, mas que neste ano está sendo prejudicado pela crise na Síria.

A festividade lembra os 40 anos de êxodo dos judeus no deserto após a saída do Egito, realizado há três milênios, e atualmente este período é sinônimo de férias para os israelenses, que costumam viajar pelo país ou para o exterior.

Nesta época, Jerusalém costuma ficar cheio de turistas e peregrinos, que encerram assim um longo recesso iniciado no princípio do mês com o Ano Novo Judaico.

Mas nesta ocasião, o que parecia um iminente ataque por parte dos Estados Unidos na Síria e as possíveis consequências em Israel, desmotivou muitos turistas e como resultado a ocupação hoteleira na cidade era de apenas 70% na véspera do Sucot.

"A festividade, unida às férias escolares, elevam as expectativas do setor hoteleiro, mas parece que os israelenses estão preferindo passar a festa em casa e a taxa de ocupação não é alta", disse Galit Zakai, diretora da agência turística Eshet Tours, ao jornal financeiro "Globes".

Já para o responsável da operadora Ophir Tours, Yehuda Zafrani, a "situação de segurança na Síria causou uma redução no turismo procedente do exterior e como resultado disso os hotéis estão se concentrando no turismo local e oferecem melhores preços".

O setor apresenta aos israelenses pacotes de última hora com promoções e inclusive ofertas como uma terceira noite de graça, algo pouco usual na alta temporada do calendário hebreu.

A comemoração começa nesta noite e se caracteriza pela construção de rústicas cabanas de madeira ou pano em sacadas, terraços, avenidas e praças para lembrar o episódio descrito no Levítico (terceiro livro do Antigo Testamento) sobre a travessia dos israelitas pelo deserto após sua saída do Egito faraônico.

Desde o fim do Dia do Perdão ou Yom Kippur, a jornada mais sagrada do calendário hebreu, começaram a proliferar por todo o país este tipo de cabanas, nas quais os judeus preparam refeições e recebem todos aqueles que desejam compartilhar mesa e celebrar, por isso o Sucot também é conhecido como a festa da hospitalidade.

Os mais praticantes dormirão, comerão e passarão suas horas de lazer nestas construções, do anoitecer de hoje até 25 de setembro, dia da Festa da Congregação, também narrada no Pentateuco e na qual o povo hebreu costumava se concentrar em Jerusalém ao redor do templo.

As cabanas devem ser construídas manualmente e seu telhado coberto com folhas, mas não completamente, de modo que seja possível ver o céu. As moradias são geralmente decoradas com guirlandas coloridas, frutas, adornos e cartazes com rezas.

Por sua relação com a mudança de estação e a agricultura, a liturgia judia estabelece no Sucot o uso de quatro objetos procedentes do campo e com os quais se realizam as rezas matutinas: ramo de palmeira, cidra, murta e salgueiro.

Nos dias prévios à festividade abundam os mercadinhos de rua em bairros ultra-ortodoxos judeus, como o de Mea Shearim, em Jerusalém, onde se pode ver membros da comunidade selecionando minuciosamente estes elementos.

Neste ano, os artigos litúrgicos estão sendo revistados pelas autoridades alfandegárias americanas, segundo uma nova diretriz para os passageiros judeus em voos dos Estados Unidos.

A Administração para a Segurança no Transporte dos EUA explicou em comunicado que não proibiu os judeus de levarem estas quatro espécies empregadas no Sucot, mas que elas serão revistadas nos postos de controle aeroportuários.
 
 
EFE
DeOlhOnafigueira

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