sábado, 2 de março de 2013

Quem será o novo Papa?

o Papa, Vaticano, Eleições, Prognóstico

Depois da resignação de Bento XVI, a Santa Sé vive em Sede Vacante, ou seja, não tem Papa. Aguardando os resultados do conclave, o mundo, perplexo, procura adivinhar quem poderá vir a ser seu sucessor. O pontificado será disputado por candidatos de vários países.
 
 Em termos hipotéticos, a vaga pode ser preenchida por qualquer cristão católico solteiro do sexo masculino. Importa ressalvar que, nos últimos séculos, o sucessor de São Pedro tem sido eleito entre os cardeais. O último pontífice que não era cardeal foi o Papa Urbano VI eleito em 1378. Hoje em dia, a Igreja Católica conta com 200 cardeais. Por isso, torna-se muito difícil ou até impossível dizer quem será o novo sumo pontífice da Igreja Católica.

Todavia, o mundo já tem seus favoritos. A maioria dos países europeus aposta num cardeal-candidato da Itália. Tal expectativa é fácil de explicar: os dois pontificados anteriores decorreram sem Papas italianos, devendo ser restabelecida agora esta antiga tradição, disse em entrevista à Voz da Rússia o diretor executivo da Editora da Ordem dos Franciscanos em Moscou, Igor Baranov.

"Num universo de 117 participantes do futuro conclave, mais de 50% (60 pessoas) são europeus. Os cardeais italianos representam 20%. Um dos candidatos mais referidos é Angelo Scola. O prelado dirigiu a Pontifícia Universidade Lateranense em Roma, depois foi nomeado Patriarca de Veneza e agora ocupa o cargo de arcebispo de Milão. Mantém boas relações com os círculos sociais e políticos. Além disso, foi ele que criou e está encabeçando agora uma entidade religiosa que procura estabelecer contatos entre cristãos e muçulmanos, sendo esse um fator muito importante para a Europa".

Entretanto, não se deve afastar a hipótese da eleição de um candidato não europeu. Entre tais pretendentes se destacam dois cardeais oriundos da África – o cardeal nigeriano Francis Arinze e o cardeal Peter Turkson, do Gana. Este último parece ter mais chances do que o seu colega da Nigéria. Tem 64 anos, sendo evidentemente mais novo em relação a Francis Arinze, com a idade de 80 anos. É bem conhecido ainda na Cúria de Roma, tendo assumido, no papado de Bento XVI, a direção do Conselho Pontifício para a Justiça e Paz. Ambos os candidatos africanos são pessoas de elevado prestígio, adianta Igor Baranov.

"O número de católicos no continente africano está crescendo a ritmos vertiginosos ao contrário da Europa, em patente declínio, ou da América Latina e dos EUA, relativamente estáveis nesse sentido. Assim, a quantidade de fiéis africanos tem vindo a aumentar. Todavia, não tenho certeza de que um cardeal africano possa ser eleito devido ao caráter extraordinário de tais candidaturas".

Um outro candidato não europeu é Marc Quellet, cardeal do Canadá, prefeito da Congregação para os Bispos na Santa Sé, de ânimos conservadores e tradicionalistas, adversário convicto do aborto. Mas apesar disso, se pronuncia pela revisão do cânone sobre o celibato dos padres.

A propósito, falando da eleição, convém notar ainda que o Papa Bento XVI introduziu algumas alterações no procedimento do conclave. Assim, se 34 rondas de votação não derem resultados, o escrutínio será prosseguido, devendo os dois principais líderes da disputa retirar suas candidaturas.

A Igreja Ortodoxa Russa, por sinal, também tem suas preferências. Como se sabe, Bento XVI contribuiu muito para o diálogo entre as duas Igrejas. Esperamos que o próximo Papa prossiga o trabalho nesse sentido, afirma o protopresbítero Dmitri Sizonenko, chefe do secretariado das Relações Ecumênicas do Patriarcado de Moscou.

"Da lista dos papabili, ou seja, favoritos à sucessão papal, constam grandes amigos da Igreja Ortodoxa Russa. Por exemplo, o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura no Vaticano. Ele manteve uma série de encontros com o Metropolita Ilarion, tem em alto apreço a cultura russa e as tradições da Igreja Ortodoxa. Claro que, na melhor das hipóteses, a sua eleição favorecerá o desenvolvimento das relações entre as duas Igrejas".

Mais um nome que figura nessa lista de candidatos é o cardeal Tarcisio Bertone, atual camerlengo da Igreja Católica. O camerlengo é o administrador das propriedades e receita da Santa Sé. Se for eleito por maioria de votos, será o sexto caso na história em que um cardeal camerlengo passará a ocupar o trono de São Pedro.
 
Voz da Rússia
DeOlhOanfigueira 
 

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