sábado, 26 de janeiro de 2013

Polos da civilização: abaixo do nível da pobreza, no limite da riqueza

Prêmio Nobel, pobreza, dificuldades financeiras, finanças, economiaA estratificação social da Europa adquiriu um caráter dramático e continua a agravar-se de uma maneira assustadora. Uma prova disso é o último relatório da Comissão Europeia sobre o desenvolvimento social e colocação profissional.

O tema da desigualdade global é analisado todos os anos no fórum de Davos. Desta vez ficou merecidamente no centro das atenções o artigo do economista americano Joseph Stiglitz, laureado com o prêmio Nobel. Ele tomou a situação socioeconômica nos EUA na qualidade de exemplo e tira nas páginas do jornal The New York Times a conclusão de que a "desigualdade estrangula o desenvolvimento". Ele tem em vista não somente a desigualdade de rendimentos mas também nas possibilidades de que as pessoas dispõem. Em resultado disso, "o sonho americano de boa vida em troca do trabalho persistente" está morrendo gradualmente.

Com efeito, agora os EUA estão na fase de uma grande desigualdade de oportunidades, – concorda com Joseph Stiglitz o professor da cadeira do mercado de títulos e valores e do mercados de investimentos da Escola Superior de Economia, Alexander Abramov. A atual crise mundial foi provocada precisamente pelo fato de que as autoridades americanas tentaram resolver há uns dez anos o problema do bem-estar através de métodos fáceis, – afirmou o professor Abramov na entrevista à Voz da Rússia.

"Foi para isso que estimularam os créditos hipotecários e permitiram às pessoas créditos baratos. E isso permitiu diminuir um pouco a desigualdade, pois as pessoas pobres também puderam adquirir casas, nem que fosse a crédito. Mas as consequências que tudo isso acarretou resultaram na atual crise financeira".

O aumento da desigualdade nos rendimentos e no bem-estar retarda também o desenvolvimento econômico, intensifica a tensão social e imobiliza os "elevadores sociais", – conclui Alexander Abramov.

Um grande número de pessoas imigram para os EUA e nem todas elas estão dispostas a adaptar-se à legislação local e a jogar de acordo com as regras estabelecidas na América. Mas uma vez que os imigrantes se tornam membros da sociedade americana, eles devem ter as mesmas garantias que os demais cidadãos. É isso que engendra uma desproporção substancial, – opina o perito Igor Didenko.

"Mas a atual situação, incluindo, por exemplo, países como a França, sem falar da parte sul da Europa, – a Espanha e a Itália, - comprova que esta suposição não é, usando palavras bem medidas, bem realista sendo, inclusive, é utópica. É evidente que a maior parte da contribuição para o PIB é assegurada pela minoria de pessoas e que elas estão prontas a compartilhar os seus rendimentos, privilégios, etc., mas não quando o imposto chega a 75% das receitas do cidadão, como acontece na França. Ouvi falar dos meus conhecidos na França ou, por exemplo, nos EUA que os atuais presidentes, – no presente caso trata-se de Barack Obama e François Hollande, – são na realidade comunistas secretos".

A questão da desigualdade de rendimentos é uma questão filosófica, para a qual não existe uma resposta unívoca, – afirma, por sua vez, o professor Nikita Krichevski, doutor em ciências econômicas. A questão de desigualdade de rendimentos, como tal, é um enfoque liberal da solução de problemas econômicos, – ressaltou ele na entrevista à Voz da Rússia.

"O enfoque liberal pressupõe uma resposta unívoca à questão de desigualdade de receitas, uma resposta que seja simples ao máximo – é preciso proporcionar às pessoas a possibilidade de autorrealização máxima. Se estas pessoas não conseguem ter um nível de vida tal como gostariam, então este é um problema delas e o Estado não tem nada a ver com o caso".


Voz da Rússia
DeOlhOnafigueira 

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